A tarde de sábado, 16 de agosto, ficará marcada pela dor em Aripuanã. Familiares e amigos se reuniram na Capela da Saudade para se despedir de Hemerson Pontes Soares, de 40 anos, que não resistiu às graves complicações decorrentes de um acidente de moto sofrido no dia 10 de agosto.

Hemerson lutava pela vida após sofrer múltiplas fraturas de costela, traumatismo craniano e perfuração no pulmão. Desde então, aguardava, em estado crítico, a transferência para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pedido reforçado, inclusive, pela própria família junto à imprensa regional. “Ele não aguentou e o pulmão dele parou”, relatou, em lágrimas, a filha, resumindo a angústia de ver a vida do pai se esvair enquanto a vaga não chegava.

O caso de Hemerson, infelizmente, não é isolado. Sua morte expõe a dura realidade enfrentada por inúmeras famílias brasileiras que, diante da urgência, se deparam com a lentidão e a fragilidade de um sistema de saúde incapaz de garantir acesso rápido a cuidados intensivos. Em situações como essa, cada hora faz diferença, mas, muitas vezes, a resposta chega tarde demais.

Mais do que uma história individual, a partida de Hemerson simboliza uma perda coletiva. “A morte de cada homem me diminui, porque sou parte da humanidade”, escreveu o filósofo Michel de Montaigne. A ausência dele, que deixa esposa, filhos, familiares e amigos, também ecoa como um apelo por mudanças estruturais no atendimento hospitalar.

Agora, restam as lembranças e o legado de quem foi marido, pai e amigo querido. Sua história de vida e os afetos que cultivou permanecem vivos na memória de todos. Como refletiu o escritor C. S. Lewis, “a dor agora faz parte da felicidade de antes. Esse é o acordo”.

Enquanto Aripuanã se despede de Hemerson Pontes Soares, a comunidade também se une em um clamor: que sua morte não seja apenas mais um número nas estatísticas, mas um alerta para que outras vidas não se percam na espera por cuidados que deveriam ser imediatos.

Fonte: Top News/Juína News