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Profissionais da educação de unidades estaduais e municipais, tanto da capital quanto do interior, participaram nesta quarta-feira (23/04) do ato convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). A manifestação integra a mobilização nacional em Defesa e Promoção da Escola Pública, cujo tema em 2025 é: “Escola Pública não é Negócio. É Direito.”
Guelda Andrade, secretária de Assuntos Educacionais da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e dirigente do Sintep-MT, reforçou a crítica à privatização da educação pública. Segundo Guelda, há um movimento do mercado financeiro — inclusive com atuação na Bolsa de Valores — para disputar os recursos da educação. Em Mato Grosso, essa tendência se manifesta por meio de terceirizações, apostilamento, compra de materiais e plataformas digitais. “São formas de vender a escola pública, sem garantir qualidade”, destacou.
A dirigente defendeu concursos públicos para todos os cargos da educação como forma de combater a precarização e a rotatividade. “O concurso garante salário digno, vínculo com a escola, continuidade do projeto pedagógico e liberdade de cátedra. Isso sim é qualidade”, afirmou.
Durante o ato, foram apresentados mais de dez pontos de alerta sobre os impactos das políticas privatistas, como a manipulação de índices de aprendizagem, sobrecarga de trabalho, salários precarizados por meio da Gratificação por Resultados (GR) e assédio institucional. “A Seduc-MT virou um balcão de negócios”, criticou o presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira.
Valdeir reafirmou a luta contra o confisco das aposentadorias, uma pauta que não está tendo repercussão e sensibilidade pelo governo do estado, mas que integrará a manifestação nacional, já que existe entendimento de maioria do STF contra o desconto do segmento.
Nas redes municipais, os desafios se repetem. Muitas prefeituras descumprem a lei do Piso Salarial, agravando a situação diante da municipalização das matrículas estaduais, que superlota salas e dificulta o acesso à educação infantil. “A educação infantil foi sucateada por falta de investimento, inclusive em salários”, ressaltou Valdeir.
A inclusão também foi tema da manifestação. Leliane Borges, vice-presidente do Sintep-MT, denunciou a sobrecarga das pedagogas que atuam com alunos da educação especial. “Elas trabalham 25 horas com os estudantes e têm apenas 5 horas para planejamento, quando o certo seria 10”, destacou.
Layan Moura Silva, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas de Mato Grosso (UBES-MT), criticou o aparelhamento dos grêmios estudantis e os programas do Ensino Médio da rede estadual, como o Pré-Enem. “Eles não preparam os estudantes para o Enem, especialmente na Redação”, afirmou.
O presidente da CUT-MT, Henrique Lopes, também dirigente do Sintep, destacou que, apesar do assédio moral e das mentiras propagadas sobre a realidade das escolas públicas, os profissionais seguem mobilizados. Ele anunciou a agenda de resistência, com destaque para a Marcha Nacional, no dia 29 de abril, em Brasília, e os eventos do 1º de Maio em Cuiabá, como a Romaria dos Trabalhadores e o Samba do Trabalhador na Praça da Mandioca.
A paralisação desta quarta-feira contou com representações variadas de profissionais das escolas, funcionários e docentes; movimentos estudantis como União Nacional dos Estudantes Secundaristas, representante de Grêmios estudantil da rede estadual e dirigentes da UNE, (União Nacional dos Estudantes).
por: Roseli Riechelmann/Sintep-MT