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Práticas sustentáveis levam à mudança de mentalidade de pecuaristas

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Quem vê o verde exuberante dos 127 hectares do sítio Canarinho, em Aripuanã, não imagina que há dois anos um córrego quase secou ali, por conta da degradação do solo provocada pela pecuária de corte. Após receber assistência técnica e aplicar práticas sustentáveis, os proprietários não só recuperaram o local, como tornaram o sítio um exemplo de Unidade de Referência Tecnológica (URT).

Essa URT faz parte do projeto de Pecuária Sustentável na região noroeste de Mato Grosso, promovido com recursos do Programa REM MT, por meio do Subprograma Produção, Inovação e Mercado Sustentáveis (PIMS), e executado pela EMPAER-MT. O projeto ainda implementou mais 7 URTs e fornece assistência técnica para cerca de 1.400 produtores nos municípios de Aripuanã, Castanheira, Colniza, Cotriguaçu, Nova Bandeirante, Juara, Juína e Juruena.

Ilmo e Ana Gauer começaram na pecuária há 30 anos, quando se casaram. Em 2000, adquiriram o sítio no assentamento Lontra, que fica ao redor de uma área de preservação permanente (APP).

Eles se recordam que uma parte da área tinha sido derrubada. “Quando compramos, estava desmatado até o córrego, o gado bebia água no córrego”, diz Ilmo. Por conta do acesso dos bois ao córrego, ele estava praticamente seco.

No início, o casal conta que costumava abrir pasto para colocar o gado, e consequentemente, derrubavam a vegetação nativa, pois foi assim que aprenderam.

“Antes no caso, era os pastos grandes, sem divisão. Agora, com o projeto, diminuímos o tamanho dos piquetes, e ele dá um resultado muito bom. Nós já trabalhávamos com piquetes, mas piquetes maiores e não foi corrigido. Agora corrigiu o solo, está dando um resultado muito bom”, observa o produtor.

Quando receberam a visita da assistência técnica da EMPAER em 2020, ficaram apreensivos em participar do projeto por conta do fator financeiro, mesmo que Ilmo já tivesse a preocupação de regularizar ambientalmente a sua propriedade.

Contudo, logo mudou de ideia, ao ver  que a pecuária de corte podia se aliar com a causa socioambiental.

Recuperação e renovação de pastagem

A recuperação ou renovação de pastagem são termos parecidos, mas que possuem significados diferentes. A recuperação é o uso de práticas para restabelecer a produção da pastagem, mantendo a espécie que já existe. Já a renovação, é preciso formar uma nova pastagem, com semeadura de uma nova espécie.

As duas práticas foram implementadas no sítio Canarinho, explica o agrônomo e extensionista rural da EMPAER, Hayath Alves. Tanto o pasto, quanto a reserva legal foram recuperadas.

No caso da reserva, foi necessário isolá-la, além de fazer um novo plantio com um conjunto de sementes chamado muvuca. Com o “final das águas”, como Ilmo se refere à época de chuvas, o verde logo recobrou.

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Já o pasto recebeu calcário e adubos.

“Com a inserção da URT na propriedade do seu Ilmo, o gado não tem mais acesso à área de APP, então isolamos a área de APP e trouxemos uma praça de alimentação, onde o gado tem acesso a um bebedouro e cocho, isolado da APP”, conta Hayath.

Mais produção, menos área

Em dois anos, Ilmo conta que sua produção dobrou de volume.

“Na verdade, a gente colocava uma vaca por hectare e estamos num projeto de colocar duas e acredito que vai dar certo, porque o capim vem com muita força”, comenta, depois de ver que o solo foi recuperado e reformado.

Agora, é possível produzir mais, sem abrir mais pasto, comenta Hayath.

“Com a intensificação da área, podemos ver que o produtor não necessita mais abrir novas áreas. Com a intensificação, ele consegue colocar três vezes mais gado do que colocava antes. Essa área caberia no máximo uma cabeça por hectare, já com a reforma que foi feita, com o sistema rotacionado que está sendo empregado, ele vai conseguir aumentar três cabeças por hectare”.

Mudança de mentalidade

Trabalhando há 30 anos na pecuária, o casal observa que o aprendizado nunca para. Agora, Ilmo e Ana querem que outros produtores da região observem o sucesso da aplicação de práticas sustentáveis no seu sítio para também fazerem o mesmo.

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“Incentivou a maneira certa de fazer, sabe? A gente fazia do jeito da gente, achando que estava certo. Mas, aí a assistência técnica veio pra ajudar e falar ‘olha, é por aqui o caminho’. É vantajoso assim”, diz Ana.

Hayath conta que no final do evento, o produtor Vilson, do assentamento Morena, estava planejando abrir pasto em sua área. Contudo, mudou seu pensamento.

“Com o ciclo de palestras, com as tecnologias que foram aplicadas na URT, ele já saiu com a conscientização de que é necessário otimizar as áreas abertas que ele tem e não iria desmatar as áreas que estava pretendendo”.

O agrônomo também observa as exigências do mercado, que cada vez mais procura investir no socioambiental.

“Com a atual demanda do mercado da carne, a propriedade que não se adequar ambientalmente, com área de preservação ambiental, está sujeita a ter alguns impedimentos, tais eles como acesso da venda da carne e acesso à linha de crédito. Então é de extrema importância estar conscientizando o produtor, de regularizar a questão ambiental da sua propriedade, e principalmente a questão de APP, que hoje praticamente as propriedades elas vão ter um isolamento. O gado tem ido beber água até os cursos naturais, e isso faz com que o rio tenha assoreamento e venha a se degradar”.

Fonte: Por Vitória Lopes, REM MT

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elson pimentel
sexta-feira, maio 20. 2022 10:55 AM
mande um alô para Valentina Pimentel no distrito de Tutilândia, e aos trabalhadores da TSA em Aripuanã.

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